Prtateleiras Vazias: Fornecedor Apple alerta para a crise na cadeia de suprimentos

A Pegatron, principal fornecedora da Apple, sugeriu que as prateleiras de eletrônicos nos Estados Unidos poderão, muito em breve, ficar vazias. O anúncio, que estampa os principais sites de tecnologia nesta manhã, é um claro e coordenado recado à administração Trump: os danos causados à economia dos EUA por conta da guerra tarifária são crescentes e vários setores já pressionam a Casa Branca para que a "pausa" de 90 dias nesses impostos de importação torne-se permanente.

A porta-voz desse movimento, Pegatron, é uma daquelas subsidiárias na montagem de iPhones, Macs, iPads e outros eletrônicos, atrás apenas da Foxconn em seu papel na cadeia de suprimentos da Apple - empresa que, nos últimos dois meses, mais sofreu com tarifas sobre produtos fabricados na China, que começaram em 10% e aumentaram até absurdos 245%.

Uma isenção para produtos eletrônicos de consumo foi costurada com Tim Cook e anunciada posteriormente, mas o governo norte-americano esclareceu posteriormente que essa excessão teria um caráter meramente temporário. Como a maioria dos produtos da Apple é fabricada na China, a empresa vem tentando contornar o confronto transferindo gradualmente sua produção para a Índia, inclusive fazendo voos emergenciais com aviões-cargueiro lotados de produtos para postergar a carestia de eletrônicos que, como alerta a Pegatron, agora parece inevitável nos EUA.

Embora eu acredite que a Apple, especificamente, continuará isenta das tarifas, a Pegatron diz que já há danos na cadeia de distribuição e não quer depender apenas da boa-vontade do presidente atual. No vídeo abaixo, eu explico melhor meu ponto de vista sobre as mudanças recentes:

A Pegatron afirmou, em nota à Reuters, acreditar que as incertezas atuais em torno do futuro das tarifas estão tornando o cenário demasiado caótico para que companhias como a Apple façam planos de contingência.

O resultado, sugere a Pegatron, é que empresas como a Apple entraram agora em uma espécie de modo de espera – e isso pode gerar escassez severa. O chefão da companhia, TH Tung, disse à Reuters: “Dentro de dois meses, as prateleiras nos Estados Unidos... podem se parecer com aquelas dos países do terceiro mundo, onde as pessoas visitam lojas de departamento e mercados apenas para encontrar prateleiras vazias, tudo porque todos estão esperando e observando” […]

Tung disse que os importadores dos EUA não necessariamente aproveitarão a pausa para aumentar as remessas se acreditarem que a tarifa de 10% pode ser revogada.

“Não ajustaremos imediatamente nossos planos de longo prazo só por causa de dois ou três meses de mudanças tarifárias. As bases de produção exigem planejamento de longo prazo”, acrescentou.

Em resumo, conforme a crise se aprofunda, o apoio das Big Techs às ações mal planejadas da atual administração parecem minguar.

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